sexta-feira, 2 de outubro de 2009

EJA


A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar, ou seja, quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola.
Mas o conceito da EJA vem mudando e, entre os grandes desafios desse tipo de ensino, agora se inclui também a preparação dos alunos para o mercado de trabalho.
Muitos jovens e adultos tinham vergonha de voltar a estudar, mas com as exigências do mercado de trabalho, e também pela sua própria auto-estima, estas pessoas estão voltando às salas de aula.
Hoje percebemos o valor da aprendizagem contínua em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude.Existe na EJA o desafio da participação, da inclusão pois muitas pessoas estudam, conseguem um formação, mas são “barradas” na hora da seleção por algum trabalho, por serem “velhas” demais, este é um tipo de preconceito que tem que acabar, claro que já estamos caminhando para este fim, a passos lentos, mas sei e acredito que chegaremos a esta tão almejada inclusão.
No Brasil temos um segmento de pessoas com características bem definidas, como os povos indígenas, as comunidades quilombolas, as pessoas mais velhas. Todos têm direito à Educação. A Educação tem de acompanhar as mudanças que estão acontecendo e interagir com elas. O processo educativo, idealmente, começa na infância e termina somente na velhice. Dessa forma, a EJA tem de ser vista numa perspectiva mais ampla, dentro do conceito de Educação e aprendizagem que ocorre ao longo da vida.

LINGUAGEM E EDUCAÇÃO

Nossa primeira atividade nesta interdisciplina foi sobre leitura , escrita e oralidade, com um texto de DALLA ZEM;TRINDADE, 2002, onde pude perceber a diferenciação em relação a fala a escrita e a oralidade pois ha muitas discussões acerca destes temas, principalmente porque o Brasil é um país multicultural . Como temos a influência de vários povos que migraram para nosso país, sofremos com isso a influência de várias culturas, dialetos, gírias e linguagens.
As formas de falar, de se expressar mudam de acordo com regiões, grupos sociais, profissões e situações. Não falamos da mesma forma com todos. Cada ocasião, cada pessoa exige um tratamento uma forma de falar que pode ser mais culta, mais coloquial ou até mais simples.
Ao escrevermos também mudamos, pois quando pensamos em redigir um ofício a uma autoridade, por exemplo, temos que obedecer algumas normas técnicas que, ao escrevermos um bilhete a um amigo, já não precisamos nos preocupar tanto com o português culto.
Assim há diferenças entre a fala e a escrita, pois acredito que a fala é dinâmica, está em movimento e diretamente ligada ao contexto, ao momento vivido, é mais informal.
Já a escrita é mais pensada, é mais planejada na busca das palavras e seus significados, pois há uma norma padrão de escrita, com regras ortográficas definidas e que devem ser seguidas, independente de sotaques ou dialetos.
Portanto o que falamos é aprendido culturalmente desde que começamos a falar e está inserido na nossa cultura, na nossa geração, já o que escrevemos é o que aprendemos na escola, nos padrões escolares independente da nossa cultura, pois são regras padrões e que quem não as segue acaba sendo tachado de ignorante ou analfabeto.
Já no módulo 2 falamos sobre letramento e as práticas de alfabetização na escola, para este trabalho tivemos o auxilio de um texto de KLEIMAN, 2006.
Letramento pode ser definido como um conjunto de praticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contrastes específicos para objetivos específicos (cf. Scribner e Cole. 1981).
Para Kleiman a escola se preocupa apenas com um tipo de letramento que é a alfabetização.
E segundo Freire, 1980, a alfabetização é capaz de levar o analfabeto a organizar e desenvolver sua criticidade e seus pensamentos.
Sendo assim, podemos constatar que letramento é a linguagem da criança, da oralidade, relações sociais e ações para escrita. As capacidades formais e informais, familiar, escolar e religiosa com a pratica social de uso da escrita, ligados a uma capacidade de explicitação verbal do raciocínio, de verbalização do conhecimento, que valorizam não apenas o saber, mas o saber como fazer.
Na maioria das vezes, o letramento e escolarização se dão simultaneamente, pelo fato de a escola ser hoje, em quase todas as sociedades modernas, a principal agencia de letramento.
Não cabe perguntar, numa estrutura alternativa “letramento ou escola”. Escola é letramento e dele decorre, quer suas práticas sejam orais ou escritas, quer haja ou não texto escrito sendo utilizado em sala de aula. Logo, só pode ser admitida uma estrutura adjetiva: “letramento escolar”.

DIDÁTICA


Didática é a arte de ensinar, é como transmitir, orientar, mediar a educação. São métodos e recursos utilizados, são estratégias para se alcançar os objetivos, sempre visando o aluno, as suas vivências, o seu cotidiano (realidade).
Acredito que é na didática que o professor busca subsídios e orientações para auxiliar os alunos no seu crescimento e aprendizagem.
Gostaria que meus alunos conseguissem olhar o mundo com um olhar mais critico e próprio de cada um deles, onde não tivessem medo nem vergonha de dizer o que pensam e sentem. Que eles aprendam e compreendam os verdadeiros valores da vida, como a amizade, a família, o afeto, e que eles tenham uma percepção do que é real e do que é fantasia. Fazer com que eles acreditem na sua capacidade de produção.
Em uma segunda atividade estudamos as obras, idéias e conceitos de Comênio, considerado o pai da didática, contribuem até hoje no nosso dia-a-dia, pois vivenciamos no nosso cotidiano escolar os pressupostos de como ensinar de maneira diversificada e atrativa ao nosso aluno, respeitando e acompanhando o ritmo de aprendizagem e o estagio de cada um, onde a educação e o conhecimento são vivenciados por meio de atividades desafiadoras e significativas, na formação do homem critico em sua totalidade.
Entre as idéias de Comênio, estava à necessidade de se trabalhar de forma interdisciplinar, o que atualmente em nosso cotidiano escolar ainda há profissionais que encontram dificuldades em utilizar esta metodologia de trabalho, estando presos a disciplinas isoladas, sem conexão entre si e nem com a realidade dos alunos.
Percebi através das leituras o quanto as idéias de Comênio eram avançadas para o século em que vivia, e o quanto ainda estamos atrasados e despreparados, no século XXI para tais idéias.
No enfoque temático 4 vimos um pouco de Currículo Integrado com um fragmento de Hilton Japiassu e o texto de Santomé (1998), onde pude perceber que com a globalização da informação e do crescimento econômico em vários setores, a sociedade busca atualmente, muito mais do que mão-de-obra, busca profissionais completos, preparados para o mercado de trabalho e assim, cabe as escolas formar este cidadão critico e atuante na sociedade em que vive.
Para que isso aconteça é necessário rever o currículo, buscando no cotidiano e na identidade cultural do aluno, conteúdos que desenvolva o pensamento e a liberdade de escolha, ou seja, um currículo vivo e flexível as reais necessidades do novo perfil de aluno, de economia e de sociedade que temos.